Síndrome de Estocolmo
Jogada ali naquele canto um tanto sórdido,
Entre quatro paredes mofadas e uma grade,
Uma chave na mão daquele raptor mórbido,
Em vestes escuras, aparentemente um frade.
Com medo dos berros num canto se aninha,
Treme; como se fosse desmoronar o mundo,
Ele despe-se do capuz, seu cabelo desalinha,
Os olhos dela corriam de alto a baixo, a fundo.
E crescia dentro daquele ódio, insana paixão,
O corpo arrepiava em descontrolado desejo,
A fúria nos olhos dele, numa boca sem beijo.
Água quente é o que ele oferecia na ocasião,
Um prato de comida remexida era o almoço,
Dentro dela fazia uma ventania, um alvoroço.
ღRaquel
Ordonesღ
Uberlândia MG
Soneto infiel- sem métrica
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