quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Síndrome de Estocolmo

Síndrome de Estocolmo

Jogada ali naquele canto um tanto sórdido,
Entre quatro paredes mofadas e uma grade,
Uma chave na mão daquele raptor mórbido,
Em vestes escuras, aparentemente um frade.

Com medo dos berros num canto se aninha,
Treme; como se fosse desmoronar o mundo,
Ele despe-se do capuz, seu cabelo desalinha,
Os olhos dela corriam de alto a baixo, a fundo.

E crescia dentro daquele ódio, insana paixão,
O corpo arrepiava em descontrolado desejo,
A fúria nos olhos dele, numa boca sem beijo.

Água quente é o que ele oferecia na ocasião,
Um prato de comida remexida era o almoço,
Dentro dela fazia uma ventania, um alvoroço.

Raquel Ordones
Uberlândia MG 
Soneto infiel- sem métrica


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