sexta-feira, 30 de março de 2018

Injusta mente


Injusta mente

Falo de justiça e só vejo o injusto,
Um custo enxergar na vida o correto,
Direto, de peito aberto e robusto,
_Susto; não ha respeito nem por decreto!

E decerto o conceito foi-se embora,
Outrora restava incerta alegria,
Todavia, injustiça é senhora,
Aflora podridão na poesia.

Demasia; o honesto vai pelo cano,
E o fulano fura fila, e nem corre,
E concorre sozinho; causa um dano.

Plano perfeito, a cortesia escorre,
E morre-se; o egoísmo é insano,
Desengano, coração sofre em porre.

ღRaquel Ordonesღ #ordonismo
Uberlândia MG – 30/03/2018

domingo, 25 de março de 2018

Um soneto para Camões


Um soneto para Camões


Poeta nacional, vindo de Lisboa,
Acolchoa seu saber à literatura,
Figura em moldes clássicos, estro ressoa,
Entoa em boemia, voar pela altura.

Censura-se seu afeto; plebeia e nobreza,
Acesa vida, rodeada turbulência,
Essência aponta seu lápis, delicadeza,
Realeza em versar, motins em evidência.

Vivência conturbada; ferida e prisão,
Coração frustrado em serviço militar,
e seu olhar se apaga na perda da visão.

Pois então, os lusíadas... Veio a publicar,
O seu externar valioso era alto padrão,
Com pensão miserável, ‘no céu’ foi morar.

ღRaquel Ordonesღ #ordonismo
Uberlândia MG – 25/03/2018



domingo, 4 de março de 2018

Esbarrão de nós

Esbarrão de nós

Nos meus caminhos as pegadas tuas,
Luas de  sorriso, olhares de sol,
Arrebol de desejos, peles cruas,
Flutua minha mente em caracol.

Lençol, leveza, perfume marcante,
Instante de uma paz que me esvoaça.
Arruaça, solto balão do barbante,
‘almante’, além-carne, espírito abraça.

Esgaça quereres em fio infindo,
Lindo sonho; nem sei falar; tão nós,
A voz que se reafirma e sentindo.

Sorrindo, frêmito, escorrência, foz,
Cós, pés, pescoço, seios; se bulindo,
Abrindo aos ventos os nossos pós.

Raquel Ordones #ordonismo