domingo, 10 de novembro de 2019

E se deram...

E se deram...

E na rodoviária, somente emoções.
Os corações não cabiam contentamentos
Os ventos nas paredes do dentro; canções.
Razões domadas; foram em escoamentos.

Batimentos desacertados, almas prosas,
Rosas não tinham; somente seus sentimentos,
Eventos tão deles, e coisas ansiosas,
Afetuosas olhadas e seus reinventos.

Travamentos; as palavras foram embora,
Ora, nem precisou, só a cumplicidade,
Vontade tanta, o sentir todo para fora.

Apavora a mão, toca na outra, intimidade,
Unidade feita; o abraço até hoje aflora.
Agora vivem um no outro; simplicidade.

ღRaquel Ordonesღ #ordonismo

Dos encontros


Dos encontros...

Ele passa com as flores na mão; munido.
O ouvido atento aos sons e à melodia,
Poesia ataca; os versos dando rugido,
Destemido vai vestido por essa orgia.

Euforia; vem ela, o cerne esbaforido,
Ruído de bala, tirada do papel,
Anel feito com nó no seu dedo inserido,
Ocorrido encontro: o beijo, depois o céu.

Véu do acaso descortinado adrenaliza,
A brisa por dentro, nos dois, embriaguez,
A tez em frisson; tudo se desorganiza.

Alisa o rosto, uma, duas, e mais que três,
E vez ou outra a mão na mão, o olhar que se eterniza,
Avisa o coração: Eu gosto dessa 'maluquez'!

Raquel Ordones #ordonismo

Esse é para você...


Esse é para você...





Então, você chegou assim, sem qualquer empenho.
Tenho comigo: veio da altura, do céu,
Mel nos olhos, no rosto fez belo desenho,
Engenho em carisma; de atitude e carrossel.

 Pincel, tinta, fez minha vida realçada.
Alada me sinto, voo em seus braços de anjo,
Esbanjo estado feliz, delícia exalada,
Amada eu sou; sinto-me em acordes, arranjo.

 Abranjo o seu ser num abraço sem soltura,
É tintura de amor, é meu tudo, eu te tanto,
Enquanto toca, eu poesia-partitura.

Loucura; sentir estranho esse nosso canto,
Espanto! Sabemos? _ Sentimos tanta cura,
Brandura de viver, eu e você em encanto.

ღRaquel Ordonesღ #ordonismo


Menin(A)ndo



Menin(a)ndo...

É, sou pequenina com pé descalço,
Alço voo; brincar perto do céu,
Anel pirulito, cachos realço,
Encalço de sonhos e olhos de mel.

Chapéu com flores, vestido barrado,
Do lado, o cãozinho de estimação,
No chão, folhas; graveto ressecado,
Cuidado eu tenho, com bicho papão.

Então, vaga-lume, estrela cigana,
Bacana, instante aqui, no outro já era!
A primavera; estação soberana.

Há gana de vida, o morrer na espera!
Sincera eu: _ para ‘o desistir’, banana!
Emana meu pirlimpimpim, e impera!

Raquel Ordonesღ #ordonismo

Asas de mim


Asas de mim


Assim sou: veia, liberdade e pena.
Cena linda: eu cortando todo espaço,
Abraço no vento, tão alma, tão plena,
Obscena agitação; pernas e laço.

Passo, voo e volto; pássaro leve,
Breve no lugar e no céu me traço.
Pedaço de mim, a vida descreve,
Deve ser a poesia em compasso.

Ultrapasso os limites e me insulto.
Sepulto a tristeza e feliz repasso,
Caço forças; sou fortaleza e vulto.

Tumulto de mim nas asas e braço,
Faço da vida leveza; então exulto.
Faculto, a cada instante me refaço.

ღRaquel Ordonesღ #ordonismo

Colhendo-nos



Colhendo-nos





Coração é terra santa, cuidado!
Se pisado, machuca o seu cultivo,
O afetivo soluça espezinhado,
Calado se recua; seletivo.

Emotivo; dá mão à solidão,
Então nenhuma semente ali cresce,
Padece um sofrer, tanta frustração,
Cerração nos olhos; e não floresce.

E carece zelo; coração altar,
Lugar de sol e céu; sinestesia,
Magia dos sentires; do amor: lar.

Mar de onda branda, leve, ora bravia,
Estesia funda; emoção abarcar.
Amar adubo e regar poesia.




Raquel Ordones #ordonismo