sábado, 31 de agosto de 2019

Dê preferência à vida...

mobilidade urbana e a intolerância de cada um
(imagem do Google)


Dê preferência à vida...

Tempo não espera; organizar é tudo,
Mas, contudo tem sempre um atrasado.
Desalinhado em trânsito, cabeçudo,
O estudo aponta: ei, tome mais cuidado!

Parado na faixa há quase meia hora,
A senhora acena ninguém se importa,
E comporta mal, a vida penhora,
Outrora respeito, cá, faixa corta.

É! A porta da educação se encosta,
A proposta não mais atrai ninguém,
Não convém educar-se; é resposta.

Gosta de conforto, em ônibus, amém!
Alguém cede seu banco; quem aposta?
Bosta! A senhora vai de pé também!

Raquel Ordones #ordonismo

Crime paixonal

(imagem do Google)

Crime “paixonal”

Era uma vez uma saudade dominadora, possessivamente quente.
Mostrando flashes de um passado bom, logo ali acontecido, quase ao alcance dos corpos,
num tempo presente não permitido o reencontro.

Mas a oportunidade veio e veio armada da desforra;
foi chegando de mansinho
E como num pulo de gato, o abraço!

A saudade foi atingida pelo não motivo de ser no momento.
Estrebuchou de vontade de estar ali, bem no meio. Sem cabimento.
Foi ignorada, não correspondida, não reconhecida e
ferida jurou vingança:
_Quando eles se forem, eu volto e pego um por um!

Raquel Ordones

Soldadinho

(imagem do Google)

Soldadinho

Vá em frente soldadinho,
No caminho tem perigo,
Seja amigo, abraço ninho,
Em alinho e sem castigo.

Digo: nosso salvador!
Com amor dentro do peito,
Sujeito; porta alma flor,
Calor, verdade e respeito.

Perfeito! Vá soldadinho!
Carinho não deve a idade.
Lealdade, ser bonzinho!

_Beijinho sociedade!
Com seriedade e alinho!
Sozinho? Com amizade!

Raquel Ordones #ordonismo

Ode aos bardos




(imagem do Google)

Ode aos bardos



Seu verso carregou, assim fez Bandeira.
Ferreira fê-lo com graça e sem rima,
Lima Jorge; poliu dentro e beira,
Ladeira abaixo Lispector em clima.


É acima o Machado, Adélia em Prado,
Alado Leminski de pequena asa,
Brasa Vinícius, boêmio arraigado.
Pirado Pessoa, pseudo extravasa.

Arrasa Drummond, a Cora em coral,
Varal Quintana, Cecília intimista,
Lista parnaso, Bilac é canal.


Ficcional Hilda; Espanca feminista,
Avista Suassuna armorial,
Aval de Barros, em ode é legista.


ღRaquel Ordonesღ #ordonismo




Lúbrico


Lúbrico

Letras soltas; faceiras juntas: ai!
E sensuais palavras enroscam pernas,
Badernas; hastes se tocam, grupais,
Varais roçando, exibidas cavernas.

Modernas verbalizações, florais,
Atrais; e se pegam por entre a linha,
Alinha a rima, põe, tira; põe: orais.
Canais ledores; mente desalinha.

Engalfinha; implícitos corporais,
Bilaterais; sentimento ninfeto,
No folheto, versos quase carnais.

Viscerais. Ode no ultimo terceto,
Dialeto excita em línguas anais,
Emocionais jaculam soneto.

Raquel Ordones #ordonismo
Uberlândia MG – 31/08/2019

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

“Toca Raul”


 “Toca Raul”



De precisa voz, o tom era claro.
Raro saber, o ‘maluco beleza’.
Grandeza. Da música bom faro,
Comparo-o a um poeta nobreza.

Clareza ao dizer: ‘tente outra vez’,
Talvez ‘ainda queima a esperança’,
Aliança rock ‘controlando a maluquez’,
Insensatez do ‘carimbador’ criança.

Lança ‘medo da chuva’, acreditei!
A lei do cowboy totalmente fora
Embora ‘Plunct Plact Zum’, cantei.

E voei no seu ‘disco voador’, afora.
Agora, ‘óculos escuro’ também usei!
_Ei ‘metamorfose, nunca foi embora!

ღRaquel Ordonesღ #ordonismo
Uberlândia MG – 21/08/2019

30 anos da sua partida

e ficando!


Imagem: Jonatas/Google

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Humm

“Humm”


‘Humm’! Lance carregado de pura malícia,
Delicia que se traduz, e coisas mais...
Vendavais de sensações; essa tal carícia,
Propícia em todas as estações e varais.

Nos corais, pores do sol, há exclamação,
Interjeição do chocolate no sabor,
No calor da pele, no beijo, na erupção,
Violão, melodia; sexo com amor.

Até na dor, humm! Mas pode deixa quieto.
 Dialeto que  fala de boca fechada,
Atiçada a alma fica; cerne irrequieto.

Um secreto sentido; humm! É coisa tão irada!
Enluarada noite, café, chuva, afeto.
 É direto de dentro, faz da alma abraçada.

ღRaquel Ordonesღ #ordonismo

Urgente

Urgente

E na pele um sol, se é noite ou dia.
Poesia derrama em toda cor,
O calor era o que transparecia,
Sentia a bolha d’água em fervor.

A flor da pele; no pelo o frisson,
Batom já havia sido comido,
Atrevido é o vento e tão bom,
O som do silêncio em alto ruído.

E caído no chão; veste amassada.
Jogada ali a surrada camiseta,
Gaveta da alma, nua escancarada.

Trançada à perna; e sem silhueta,
Careta em graça; face aliviada.
Amada criatura; e borboleta.

Raquel Ordonesღ #ordonismo
Uberlândia MG – 20/08/2019