terça-feira, 27 de dezembro de 2016
enxurrada de versos
Enxurrada de
versos
Pensei: _Hoje vou escrever apenas um verso,
É; do meu reverso, um daqueles bem curtinhos,
Devagarzinho em mim caiu todo o universo,
Disperso imo; em palavras voei passarinhos.
Os desalinhos se alinham no pensamento,
Evento melindre de poetrix a indriso,
Um paraíso de inspiração soprava o vento,
Barulhento enxurro, vendaval e granizo.
Um riso de canto de boca escapou, enfim,
Um sim da inspiração esguichou feito alude,
Grude de profundeza borbotando açude.
Pude sentir na veia um cheiro de jasmim,
E sai de mim, senti fogo no meu graveto.
Do folheto da alma imprimiu-se um soneto.
ღRaquel
Ordonesღ
#Ordonismo
Uberlândia
MG
Colhendo causos
Colhendo causos
Caminho com cabeça, coração,
Canção, confiante, conhecimento,
Casamento: carícia, compreensão,
Conexão, carisma, comedimento.
Cumprimento chuva cantarolando,
Catando crisântemo colorido,
Colhido com calor, catalogando,
Considerando caule concedido.
Cupido coroei; céu
contemplei,
Confessei cada coisa complicada,
Calada chorei, contive centrada.
Consolada, coragem condensei,
Cultivei cores, cerne colossal,
Cristal catalisei, cingi carnal.
ღRaquel
Ordonesღ
#Ordonismo
Uberlândia
MG
Soneto vadio
Tem pegadas; em
mim um automático,
Enfático a pular
todos meus muros,
No obscuro me
invade pouco didático,
Lunático; malandro
sem perjuros.
Impuro; num
roubar minha atenção,
Pretensão; com
as garras da esperteza,
Com sutileza e
sem nenhum arranhão.
É ladrão dos
meus eus sobre a mesa.
É destreza, sete
vidas me arranca,
Espanca-me o
ouvido; mia e ronrona,
Carona pega na
minha poltrona.
Detona-me; é de
figura franca,
Destranca-me
soneto em arrepio,
Cio de poesia de
jeito vadio.
ღRaquel
Ordonesღ
#Ordonismo
Uberlândia
MG
O jardineiro me confessou
O jardineiro me confessou:
Que no jardim a gente respira com alma descalça,
Calça-se em terra a unha num refuçar sem fim,
Assim, a vida interior no silêncio da noite; realça,
Em valsa dançam: os verdes e os coloridos; sim.
Enfim, a pedra é imperante, um monumento frio,
O brio do nosso dentro perante uma flor se cala,
Estala a sementinha em barulho de vida qual rio,
No cio fica ereto o galho roçando em outra ala.
Abala o vento, mas a borboleta se faz tão forte,
Do norte da lagartinha ela vem fazer o seu show,
Em cada gol das bolinhas da joaninha em voo!
Entoo uma canção de vida, o cuidado é sua sorte,
O corte faz crescer, não se tem o formato primeiro,
Em canteiro me florejei ao confessar-me o jardineiro.
ღRaquel
Ordonesღ
#Ordonismo
Uberlândia MG
Soneto infiel -
sem métrica
Notas sobre ele
Notas sobre ele
Tem a alma fofa, é toda doação,
Coração gigante toca o infinito,
Negrito carinho, tanta emoção,
É junção da alegria com o bonito.
E num grito calmo é uma voz no mundo,
É segundo que dura eternidade,
É amizade num mergulhar profundo,
Fecundo em olhos de felicidade.
Idade adulta, espírito menino,
Fino saber, derrama inteligência,
Competência; escrevendo sua essência.
Aparência linda fez ao destino,
Bailarino de letras; faz magia,
Alforria do inspirar, tão poesia.
ღRaquel
Ordonesღ
#Ordonismo
Uberlândia
MG
Fazendo poema
Fazendo poema
O barulho não atrapalha é simples assim:
No meu jardim há calha aberta à inspiração,
Em fração de segundos eu sou uma sem fim,
Jasmim olha a
minha fecunda floração.
Sou estação poesia por onde tudo passa,
Entrelaça-me a folha seca do pretérito,
Inquérito que no meu dentro faz pirraça,
Devassa-me em presente pela veia: eférito.
Mérito não sei; sei que um turbilhão me vem,
Além dos meus eus, sinto melodia em falsete,
Macete: pego uma caneta e um tamborete.
Caguete alma, faz meu sentimento refém,
_Tudo bem, me rendo; deito tudo em papel,
O meu céu a estrelar poema, sem nenhum véu.
ღRaquel
Ordonesღ
#Ordonismo
Uberlândia
MG
Pluviosidade de mim
Pluviosidade de mim
E esse arrepio que me causa o pingo,
Jingle da chuva toca minha tez,
Um, dois, três eu já sou toda respingo,
Extingo do cerne o abalo, talvez...
E com altivez a chuva me toma,
Doma todo meu eu com sua magia,
E tão fria em feitiço com seu aroma,
Bioma-me em conjunto à poesia.
Sinergia perfeita; a chuva e minha alma,
Acalma; luva que me cai e desnuda,
Pontuda na cútis escorre e gruda.
Ajuda em viagem, bate-me palma,
E sou agalma em vida nesse bruxedo,
_Sem medo à pluviosidade: cedo!
ღRaquel Ordonesღ #Ordonismo
Uberlândia MG
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