domingo, 15 de novembro de 2020

No topo da minha tabela

 

No topo da minha tabela

 

Zagallo: Formiguinha em aptidão.

Coração amarelo sem resvalo.

Badalo: divo de uma multidão.

Emoção na alma; isento de intervalo.

 

Calo-me mediante o campeão.

Oração pro universo,cito, exalo.

Estalo aplausos; toda admiração.

Criação; saber para sempre inalo.

 

Falo em voz alta, toda convicção.

Captação de troféus com o gargalo.

Talo potente; além da decepção.

 

Mão estendida, índole, regalo.

Embalo no peito essa ostentação.

Inspiração: o Velho Lobo escalo.

 

Raquel Ordones   #ordonismo

Uberlândia MG - 15/11/2020

 

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

O muro da quinta




O muro da quinta

Tinta; é tanta tinta! O muro noto.
Boto meus olhos, coisa que requinta.
Printa uma efígie, tão logo a decoto.
Broto junto; minha alma é faminta.

Extinta a escória; agora bela foto.
Adoto a cor; meu ser então se pinta.
Tilinta o coração; de encanto loto.
Borboto gradação; no cinza a finta.

Cinta é colorida; nó picoto.
Devoto-me à obra; coisa absinta.
Sucinta admiração, mas não me esgoto.

Arroto estrelas; obra é distinta.
Sinta-me dentro da arte que piloto.
Denoto-me perante o céu da quinta.

Raquel Ordones   #ordonismo

Um borralho, por favor!


Um borralho, por favor!

Orvalho sublimou, já é inverno.
Caderno é de versos; em frangalho.
Ralho com o tal vento; um frio externo.
Alterno: edredom, colcha de retalho.

Falho; a janela aberta; mas que inferno!
Terno o canto do pássaro no galho.
Espalho meu jornal; fato hodierno,
Consterno com o preço; aumento do alho.

Fornalho o moletom; então me hiberno.
Encaderno-me as meias: agasalho.
Calho na minha cama num eterno.

Moderno é meu móvel; e me esgalho.
Carvalho é madeira, estação verno
Baderno no lençol. _Sair o caralho!

Raquel Ordones #ordonismo

Senso, uau!




Senso, uau!

Montanha, nos tais seios, e tão iguais.
Carnais, febris em sua sutil manha.
Picanha e filé, quente e viscerais.
Portais de paraíso; se abre e assanha.

Banha um mar de cobiças anormais.
Espirais, curvos, retos, tez castanha.
Panha fruto; sabores e linguais.
Literais: de vontade quase arranha.

Abocanha. São mãos livres orais.
Plurais os lábios, golpe pela entranha.
Tamanha. De arrepios musicais.

Corais sentires; toque que arrebanha.
Arreganha-se a força em temporais.
Sensoriais, lascivos; nada estranha.

Raquel Ordones #ordonismo

Gravado com profundeza




Gravado com profundeza

Fazenda: uma estação feliz que exporta.
Exorta-me: é tão distante a emenda.
Entenda: quase nunca me comporta.
Conforta a imagem linda, não é lenda.

Moenda de café, no quintal a horta.
Corta o capim pro gado: uma oferenda.
Renda numa toalha; sobre: a torta.
Conforta leite e bolo na merenda.

Legenda não precisa; a ideia entorta.
Importa é a estrela do ser: prenda.
Agenda? Só folhinha atrás da porta.

Aorta via aberta: campo tenda.
Parlenda aprendi; minha alma transporta.
Reporta-se de tudo numa venda.

Raquel Ordones #ordonismo




Amanhecer na fazenda: pintura de Rui de Paula