domingo, 30 de junho de 2013

Falso soneto


Falso soneto

Estou escrevendo um soneto sem métrica
Porque eu não sei separar sílabas poéticas
A minha imaginação é assim meio elétrica
Admiro versos torneados, belas estéticas.

E a rimas são fatais, mas sei escrever sem.
Há em mim um poemar quase automático
São espermas que florejam, os frutos vêm.
Opto por serem livres, e acho bem prático.

Aventurei contar tais sons silábicos, errei.
Não desisti e já contei outras várias vezes
Sei que possivelmente um dia aprenderei.

E nem por isso eu vou deixar de escrever
Não me bloqueia nem um pouco a mente
Minha poesia é minha alma para você ler!

Raquel Ordones
Uberlândia MG 30/06/13- 22:05

sábado, 29 de junho de 2013

Roseira


Roseira

Ergue-se o galho na esperança do botão
E firma-se a sustentar o cacho de beleza
Na ponta do verde explode um coração
Nasce batom rubro na pétala em leveza.

Gira o sol, há arco na íris que beija a flor.
Pinga o orvalho que se faz água de cheiro
Ambiciona e cata o vento todo esse olor
O encanto se registra no olhar primeiro.

Devagar botões se abrem, se convertem
Em perfeição no formato de duas rosas
Ornes que vibram, com a aura se vertem.

Vista a olhos nus, da semente a vivência.
Vive um embaralho entre galho e orvalho
E as rosas nesse pedestal exalam essência!

Raquel Ordones
Uberlândia MG 29/06/13


quarta-feira, 26 de junho de 2013

Nas trilhas do teu coração


Nas trilhas do teu coração

E descobri as trilhas do teu coração, vi flores
Ainda que quisesse me divulgar o teu espinho
Senti perfumes num riacho que causa calores
Plantas silvestres às margens desse caminho.

Vi borboletas em cores brincando em ciranda
Vi coelhinhos saltitantes, carinho em pelúcia,
A rubra brasa, verde esperança da guirlanda
Ouvi o cri-cri do grilo, a cigarra e sua astúcia.

Fiquei fora do ar, volitei-me com o pé no chão
Pisei nas nuvens nesse pedaço de céu na terra
Precisamente assim me senti em teu coração.

Lá é lindo, tem chuva de carinho que me rega.
Deslizo sem corrimão nesse arco-íris de amor
Achei tua trilha, é onde meu ser agora trafega.

Raquel Ordones
Uberlândia MG 26/06/13


sábado, 22 de junho de 2013

Então...



“Não vejo segredo algum em ser simples,
Muito menos insanidade em ser sincera,
apenas faço das coisas como gostaria que elas fossem,
trato as pessoas como gostaria que me tratassem
e vivo os meus dias na esperança de que
onde quer que o meu caminho me leve
lá vai estar florindo o que plantei
no decorrer de cada passo! “

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 22/06/13


"O visto não dito borra a imagem"

"O visto não dito borra a imagem"

Sabe aquela porta que parecia emperrada?
Aquela que se via coisa bonita pela fresta?
Aquela que tinha dobradiça, chave dourada?
Então... Um pássaro ali o seu canto presta!

Tem um sorriso de sol despontando receado
Tem uma alma carregada de um mundo rico
Há ali um mistério que torna tudo encantado
Voeja um pardalzinho com raminho no bico!

Tem uma esperança no verde daquela grama
Persuasão de uma graça, igualmente da rosa.
Há algo incrível de uma delicadeza minuciosa.

Ali mora um ser com uma delicia na essência
Uma malícia gostosa desnudada na entrelinha
Por trás dessa porta, há um calor que aninha!


ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 22/06/13

“Em meio à vastidão do mar é sabido que há pérolas”

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Escrito nas estrelas


Escrito nas estrelas

O sol se põe, lá vêm elas uma a uma acanhadas.
Ocupando seus lugares rematando seus brilhos
Maquiam-se para a noite como gotinhas aladas
Nas composições do poeta elas são estribilhos.

Dadas em presentes, diversos são seus donos
Em noites de céu limpo praticam ciranda à lua
E cada uma, uma estória, isenta dos abandonos
São versos anexos no além, vistos aqui da rua.

Um conjunto impecável de luzinhas reluzentes
A cada pontinho desses foi feito uma gravação
Um “eu te amo”, um “para sempre” aderentes.

E lá nas estrelas está escrito sim, eu já fiz isso.
Gravei em neon rubro o meu amor no cruzeiro
Dei-te presente; que selou nosso compromisso.

Raquel Ordones

Uberlândia MG 20/06/13

Vi-te


Vi-te

Virando a vértice
Deparei-me ao teu encanto
É tanto anseio!


Uberlândia MG 20/06/13

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O respeito anda doente... Maltrapilho, mal tratado, decadente!


O respeito anda doente... Maltrapilho, mal tratado, decadente!

O respeito anda doente... Maltrapilho, mal tratado, decadente!

Quando a lua se escondeu, de vergonha, de medo, de indignação
e os poetas da vida se ocupavam de lindos poemas à pátria,
pátria esta, extorquida, exaurida, estupefata, vinha do alto do poder
um cheiro forte de fumaça, um quê de enxofre fantasiado de luz,
que parecia engolir as consciências e erguer uma cortina pintada
de trevas no país do sol pungente, uma alma em negritude faz-se presente,
 roubando nosso direito de opinar! Mas nunca o direito ao protesto!

O respeito anda doente... Maltrapilho, mal tratado, decadente!

E, nas trevas, onde a insanidade quase inocente dançava solta,
onde nada a fazia parar de rodopiar, envolvendo assim o que estivesse
à sua volta, semeando a inquietude e a revolta, através de votos espúrios...

O respeito, este sim, anda doente... Maltrapilho, mal tratado, decadente!

Um ser que infelizmente, mente tanto que nem sente, diria: um insano
- Como pode não perceber que o povo não participa desta loucura, desta frescura?!
De repente, o cheiro de fumaça, se amplia, segue uma nostalgia que anuncia
Um ser que vive no eterno breu, que não se mostra, mas está presente e denuncia
que a ele foram prometidas algazarras, transformações em muitos corações...
Mas, patifarias com certeza, a lua não permite, algozes correm velozes!
Há um quê de Luz que nos livra de infortúnios, brilho esse, que protege a nossa voz.

O respeito, este sim, anda doente! Maltrapilho, maltratado, decadente!

Esse voto dito “santo” tão falado, esse mesmo que não adianta mudar a sua forma,
que vem da insanidade e muda a política
e a teu voto, falso Feliz, de uma forma nefasta e ridícula,
que arrasta nosso povo ao preconceito, tem na lâmina da face só vergonha...
só desprezo, só desgosto, um desrespeito!

O respeito, este sim, anda doente! Maltrapilho, maltratado, decadente!

Doem nas almas desses poetas da vida assistir ao poder de formar os jardins
que eles plantam cotidianamente, esses mesmos poetas que amam a luz
sofrem com essa escuridão na qual estão sendo transformados os dias,
onde não há lábios vermelhos de sorriso, mas sim um rubro da violência
espalhado pela grama outrora verde!

Onde um doente vem propor a cura a quem nunca adoeceu,
posto que doentes existem muitos neste País meu...

---O respeito, este sim anda doente! Maltrapilho, maltratado, decadente!

Onde a ganância e o enriquecimento ilícito sufocam! Onde o pronome EU predomina,
 onde os degraus não são galgados um por um, e existe sempre um peixe dentre os ditos santos...
porque a minoria que está à frente é pisoteada, cuspida na cara...

O respeito, este sim, anda doente... Maltrapilho, mal tratado, decadente!

A doença está nos olhos de quem vê, queremos mais um arco-íris nesta lida
pois se assim seremos vistos nesta vida, vamos marchar sobre esta vil opinião!

O respeito, este sim anda doente! Maltrapilho, maltratado, decadente!



Ângela Chagas RJ/Jane Moreira MG/ Raquel Ordones MG / Márcia P. de Sá PE

terça-feira, 18 de junho de 2013

Acorda Brasil


Acorda Brasil

Munido, tanta riqueza
É assim a nossa nação
Com gente sem coração
Mas com tanta esperteza
Falta lhe o pão na mesa
E digo, acorda Brasil
Mire o céu azul anil
Fora com a corrupção
Gente passando a mão
Cadê o povo varonil?

Saúde é calamidade
Educação deficiente
A bola não vai à frente
No imo tanta maldade
Mataram a humildade
E digo, acorda Brasil
Mire o céu azul anil
E grita o preconceito
O ladrão é reeleito
Cadê o povo varonil?

“Brava gente brasileira”
Descruze seu forte braço
Ocupe o seu espaço
E sai dessa pedreira
Que tal ser a jardineira
E digo, acorda Brasil
Mire o céu azul anil
E busque a igualdade
Seja a prosperidade
Cadê o povo varonil?

E é árdua essa luta
Fé em Deus e muita garra
Acabe com essa farra
Tire o poder do biruta
Dá na cara do batuta
E digo, acorda Brasil
Mire o céu azul anil
Tanta bolsa que não cabe
E tanta gente não sabe
Cadê o povo varonil?


Raquel Ordones
Uberlândia MG 06/2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013

E eu tentei novamente


E eu tentei novamente


Tentei enxergar os teus olhos, mas as esquinas da distância me impossibilitaram desse feito; inda assim os meus bateram palmas com os cílios no fechar e abrir em tua busca!
Tentei novamente pegar com todas as forças o teu sorriso nessa mesma distância, mas só consegui a reprodução do mesmo através de uma emissão linda da minha mente estendida pela minha imaginação que veio de encontro ao meu sorriso e o fez abrir-se!
Pedi ao vento para que me trouxesse o teu perfume, ele se prontificou em atender-me até tentou trazer, mas em meio à distância teu perfume se misturou a outras fragrâncias e adulterou-se!
Engraçado como essa tal distância acha que tem esse poder, ela não sabe que no SENTIR jamais poderá intervir, perdeu garota! O SENTIR está no cerne, e nele não cabe a distância, ele é a própria proximidade, você também dona distância não consegue impedir que a voz me chegue muito menos as palavras trazidas por ela, estas sim trazem fendas que deixa transparecer a alma, que permite que eu veja toda uma essência!
Lamento dizer-te distância, você é tão somente um detalhe nesse contexto!



ღRaquel Ordonesღ

Uberlândia MG 17/06/2013


sábado, 15 de junho de 2013

Essência da composição


Essência da composição

São alados os poemas; carrega no seio a alma
E voejam velozes de corações  para corações
É a inquietude explicita que por vezes acalma
Ou é uma calma que causa as asas sensações.

Poema é feito um passarinho, na gaiola chora
E se o livro não se abre a inspiração se aborta
Um querer ser livre e uma vontade ir embora
É encantar; aporta no infinito se abre a porta.

Sustentam-se da doçura do que mora dentro
E as penas e a pena que se juntam aos dedos
Nada explica essa relação e os seus segredos

Os poemas são abraços em busca de abraços
Levados por asas exalando essências ouvidas
Edificando seus ninhos em paradas sentidas!

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 15/06/13


quarta-feira, 12 de junho de 2013

E foi assim...


E foi assim...

E os teus cabelos eram macios,
Exalavam um perfume tão bom
Tinha história cada um dos fios
Eram cifras de músicas no tom!


A cada afago lágrimas saltavam
E o carinho com força exorcista
Abluía dores, pelo chão rolavam
Eram lágrimas a menos na lista!


Uma a uma se foram, esvaíram
E no peito a folga para respirar
E logo à frente a luz a chamejar!


Por uma porta cheia de estrelas
O sono veio e te tomou pela mão
Expôs novo dia, renovou coração!


Raquel Ordones
Uberlândia MG 12/06/2013



No ato de me levantar,
lá vai ele ao chão,
descalço ou calçado
me leva aqui,
me leva acolá,
me leva para o abraço
e no abraço fica na ponta
Sobe e desce escadas,
pisa no freio, 
me leva sempre à frente, 
me leva onde tem gente,
em todas as direções
aponta meu norte,
me sustenta ao chão!
No passo de dança, 
pé que me suporta
no tamanho 34!

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG  12/06/13


terça-feira, 11 de junho de 2013

Quem quer?


Quem quer comprar meus versos?

Vendo os meus versos por uma boa leitura
Por um olhar de agrado em giro do infinito
Vendo meus versos por uma turnê à altura
Até permuto caso não eu não ‘poeme’ bonito.

Vendo os meus versos e até minha poesia
Caso faça comigo um endividamento fido
Asseguro por via deles só causar a alegria
A constância da escrita é o meu prometido.

Caso queira comprar meus versos me diga
É sem aval, sem comprovante de endereço
Sem renda, tesouro de mim, esse é o preço!

Então, quem quer comprar os meus versos?
São simples, com predicado de sentimento
Só aceito devolução caso polua seu vento!


Raquel Ordones
Uberlândia MG 11/06/13


sábado, 8 de junho de 2013

Essência

Essência

Resguardo-me em meu silêncio a me observar
A minha existência por um vídeo tape se move
E os pós e contras abrolham claros a balancear
Em meus olhos nuvens de poeira, depois chove.

E tenho confiança no que sinto e é muito bom
Não obstante as pressões há uma bela história
Beijo-me e até me deixo marca do meu batom
Sou pessoa de linhas retas e tortas na trajetória

Nos meus erros busco extrair um aprendizado
Às vezes eu não me conheço pareço uma rocha
Outras vezes sou previsível flor que desabrocha.

Admirando meu retrospecto me vejo pequena
Com um vestido amarelo, correndo no quintal
Com uma naturalidade de um anjo e coisa e tal!

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 08/06/13

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Pele


Pele


Textura que a um toque reage
Exala por todo corpo ardência
No ato não há quem não viaje
Se joga em meio a turbulência.



Textura que a um toque arrepia
Acende vontade com seu cheiro
Escorre desejo feito água no rio
É caricias embaixo do chuveiro.



Textura que ao toque ora e fala
Ou mesmo por um retoque grita
Ao toque qualquer alma se agita.


Textura que a um toque se cala
Que silencia ao comer um beijo
Pele, textura que publica desejo.



Raquel Ordones .
Uberlândia MG

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Sou espiral


“Sou feita espiral, excursiono em torno de mim!”

ღRaquel Ordonesღ 

Pendular

Pendular

Ora somos silenciosos e ora somos linguarudos
Ora somos céticos, ora a fé toma conta de nós
Ora somos caras limpas e ora usamos escudos
Ora somos uma expressão, ora perdemos a voz

Ora cheios de certezas e ora de tudo duvidamos
Ora somos serenos, ora irreconhecível explosão
Ora cheios de tristeza, ora alegria transbordamos
Ora somos puro sentimento, ora somos só razão!

Ora somos a sonolência, ora somos despertados
Ora somos uma criança, ora um centrado adulto
Ora queremos aparecer, ora queremos ser vulto!

E assim somos: sobe e desce na montanha-russa
Aprendendo a ser gente e achando o nosso lugar
Nessa inconstância de nosso “ser” e nosso “estar”.

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 06/06/13







segunda-feira, 3 de junho de 2013

Sei viver sem você


Sei viver sem você

Mesmo que falte em mim o seu gosto
Que esteja vago o seu lugar no banco
Que só em pensamento vejo seu rosto
E que o meu imo se sinta meio manco!

E que em seus olhos eu não mergulhe
Que eu não leia o que lá está escrito
Que minha alma de saudade borbulhe
Mesmo que eu engula qualquer grito!

Mesmo que eu sonhe com seu abraço
E mesmo que eu sinta a sua fragrância
Inda que eu pense não ter importância.

E mesmo que esteja longe fisicamente
Mora sempre em mim e não sei por quê
Inda com tudo isso; sei viver sem você!

Raquel Ordones
Uberlândia MG 03/06/13


sábado, 1 de junho de 2013

Validade do beijo


Validade do beijo

E um beijo é válido por toda vida
Aquele direcionado a sua pessoa
Até mesmo cicatriza toda ferida
Dado na alma é badalo e ressoa!

Um beijo tem legitimidade eterna
O que foi desenhado para seu ser
Beijo espontâneo, no imo hiberna.
Que de propósito se faz acontecer!

O roço tem licitude; além-infinito
Demonstração mais que perfeita
De uma meiguice pela vida eleita!

Beijo marca toda uma existência
Estigma no cerne até envelhecer
Uma obra que jamais irá fenecer!

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 01/06/13