sábado, 25 de janeiro de 2014

Grito

Grito

Gritei com a alma
A distância te escondeu
A saudade tomou conta!

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 25/01/14

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Eu


Eu 

Era uma vez em um tempo distante
Uma menina que de pé descalço andou
Na fazenda um riozinho com carinho o esfriava
Calçou a estrada da vida às vezes doía o pé 
Mas era preciso seguir, na mata urbana se embrenhou.
Cresceu deixando seu rastro por todo lugar que andou
Transformou “feliz” em verbo e foi tudo o que sonhou!
E a menina ainda vive...

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 21/01/14

Só não veio você


Só não veio você

Veio a noite e veio a manhã novamente
O tempo não parou sequer um segundo
E veio o sol com seu o brilho envolvente
Veio a tarde em tom lilás e tão profundo.

A flor se pôs a abrir, o sol outra vez se pôs
A estrela se acendeu a vinda da musa lua
E o seu brilhantismo ela não se contrapôs
E a assistiu alcançar com seu abraço a rua.

O poeta se inspirou, de saudade escreveu
E entornou toda a sua essência no papel
E veio a poesia; a caneta pintou um céu.

Veio até o desejo que gritou pelos poros 
E veio o amor, e eu nem sei mais o quê
Enfim, veio quase tudo, só não veio você.

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 

Pensando em você


Pensando em você

E me peguei assim, me senti tão patética
Você por todo meu ser e meus contornos
Tão presente de sentimento, sem estética
E eu em sua vida muito mais que adornos.

Era de uma verdade gritante o sentimento
Olhos nos olhos se liam e sem um segredo
E nos lábios desde sempre o consentimento
Roçaram-se: em entrega cabal e sem medo.

E minha imaginação se fazia quase perfeita
E tudo que eu sentia, nela então depositava
Só não tinha você, isso era o que me faltava.

De olhos fechados, na mente uma exibição
Do seu carinho, do seu querer, sua imagem
Tão sentido e é certo que não foi miragem.

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 

A razão do meu amor

A razão do meu amor

E o motivo do meu amor é um só
Misturado a todos os sentimentos
A saudade chega sem qualquer dó
Pertence meu ser arrebatamentos.

E o motivo do meu amor é singular
Plural de sensações; e a alma canta
Ora horizontal e ora perpendicular
E ora transversal e não me espanta.

O motivo do meu amor é simples
Ouvir seu verbo que espirra afeto
Tragar seu cheiro, seu abraço: teto.

O motivo do meu amor é incrível
Uma coisa que em mim é ardência
E o pé desse amor é sua existência.

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 

Saudade

Saudade

É um aperto tão bom; é uma delicia
Falta algo, mas está dentro da gente
É uma coisa que no cerne faz carícia
Flui na alma, no corpo e é tão quente.

Coser de coisas boas que se deparam
Acontecidas ou da nossa imaginação
São nós laçados; em nós se amarram
É ausente falta; presente no coração.

Saudades é encontro de dois inteiros
Onde uma parte física se faz distante
E é um gritar pela presença constante.

Saudade é coisa invisível, tão tocante
É o roçar na pétala por um jardineiro
Presença afastada de jeito verdadeiro.

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 

Indomado

Indomado

O amor quando entra na arena
As luzes da mesma se acendem
Ora holofotes, às vezes amena
Nada e ninguém as entendem.

E indomado é esse sentimento
Duela com o que tiver de mau
Poe para correr ressentimento
Sobre qualquer coisa é triunfal.

Dimana por todos os arredores
De espada e escudo: guerreiro
E amor é o gladiador primeiro.

E só não doma o imo do poeta  
Pois esse com amor se explode
Indomado poeta que tudo pode!

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 22/01/14


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Na cidade de mim

Na cidade de mim

E te vi deslizando pelas cidades de mim
E até pelas costas te reconheci, virando
E no canteiro do meu ser era um jasmim
No meio-fio do imo te percebi sentando.

Lá na esquina da alma te vi em andança
Na calçada varrendo folhas de saudades
Na rua de minha essência fizeste dança
E tuas luzes em mim fizeram claridades.

Construíste uma avenida em minha rua
Quarteirões do sentimento se dilataram
As  praças de minha tez se encresparam.

E nos bares do desejo te bebi com calma
Em quereres acesos feito luzes de bordéis
Sonhei-te cinco estrelas em meus hotéis.

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 19/01/14


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Erupção de mim

Erupção de mim

Surge uma força de dentro, nem sei onde estava
Talvez na gaveta de mim; até então adormecida
E quem sabe essa lava eu já nem mais esperava
E eu  não sei por que ela já nem mais se acendia.

E a febre das minhas mãos o  seu corpo procura
E um cheiro tão quente dissemina e foge da tez
Um doído anseio de gosto bom me leva a altura
E a vontade surge, surge de novo, mais uma vez.

E os poros irrompem em escorrência e frêmitos
Estonteante apetite que abocanha corpo e alma
Possui seu processo, antes disso nada o acalma

E é quente a sede de beijos e a fome dos corpos
Uma culminância de um sentir que nada explica
Então escorre de tez para tez, passa, e tudo fica.

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 16/01/14


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Boca


Boca

Boca perfumada não é o suficiente
É preciso que faça jus ao perfume
E que não fira de forma candente
Mas o verbo proferido exale lume.

A boca perfumada por si não basta
Que a mordida seja assim tão leve
E dos lábios projete a risada vasta
Hesitar do gosto ninguém se atreve.

Boca perfumada e palavra de afeto
Beijo trazido da alma carícia quente
E do seu céu é algo mais envolvente.

Da boca perfumada, seu roçar é tudo
Causa passeios de tirar o pé do chão
Da boca perfumada pulsa excitação.

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 14/01/14


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Verde e pétalas

Verde e pétalas

No começo um vermelho, talvez um perigo
Não acarretava tanto mau, mas incomodava.
Não me oferecia nada, não sentia um abrigo
E as palavras nada somavam, e eu duvidava.

O tempo descoloriu esse rubro e o desnudou
E tornou-se um amarelo, me propus à espera.
Com o pé-atrás, foi isso que o mundo ensinou
E vi indícios da ida do inverno, vi a primavera.

E de repente tudo me pareceu verde, eu flori.
Passei a enxergar as pétalas que me ofertava
Pude entender que desde sempre me amava.

E foi nesse semáforo de vida que eu entendi
Receio rubro é breco e dosado se faz clarão
Na espera amareleci; agora é verde coração.

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 09/01/14


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Acordei e fiquei assim

Acordei e fiquei assim

Os raios do sol golpeavam com insistência a janela
Com o silêncio da batida meus olhos espreguiçaram 
Estiquei o corpo como se virasse a esquina da viela
E alguns quereres pela minha tez se manifestaram.

E era você ali o tempo todo em meus pensamentos
Acho que não! Era por todo meu ser, cabelos e pé
Era quase sentido seu cheiro, trazido pelos ventos
E então quis degustar a sua carne na mesa do café.

Sobre a mesa o seu doce, era gosto em sobremesa
No balcão do almoço, de você eu ainda tinha fome
Meu prato favorito, que de vontades me consome.

E o meu anseio no meio da tarde se fazia mais forte
E na verdade protestava em mim... O tempo inteiro
É noite, o jantar já se foi; E de mim agora é posseiro!

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 05/01/14