quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Menino de rua

Menino de rua

Não tenho voz, minha aparência emite o pedido.
Porém não dão ouvidos à minha fome, e ela dói,
A agressão mora em minha casa, agora partido,
Meu coração pede a volta; minha alma se destrói.

Quero colo, quero um ombro amigo, quero escola,
Lençol e travesseiro com fragrância de amaciante.
Que saudades eu tenho! Eu estou doido da cachola,
Eu estou tão porco, tão maltrapilho, insignificante.

Mamãe me ouça, eu te preciso e peço, por favor,
_Não me maltrate, sou pedaço de ti, e me respeite,
Quero voltar, minha ferida pede que eu não aceite.

O meu sorriso anda escondido, com tanto desamor,
As minhas lágrimas estão em diarréia; em enchente.
Mamãe me cuide; sou tão miúdo, mas eu sou gente.

Raquel Ordones
Uberlândia MG  

Soneto infiel- sem métrica


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