Quem
me dera
Quem
me dera ser um mar, lamberia as tuas areias,
E
úmida de meiguice te balançaria em minha onda,
Queria-te
correndo pausadamente em minhas veias,
De
cima a baixo, de um lado ao outro a fazer ronda.
Quem
me dera ser um mar com todo o seu encanto,
Levando-te,
trazendo-te com beijo no colo do braço,
E
quem me dera caber-te em todo e qualquer canto,
Quisera
eu ser tua, da mínima gota ao maior espaço.
Quem
me dera ser um mar para comportar teu bote,
Far-te-ia
naufrago nos meus quereres, sedes e fome,
Em
respiração boca-a-boca que toda alma
consome.
Quem
me dera ser um mar, e dele fizesse-me o pote,
Tomasse-me
por inteira a canudinho, querer negrito,
Quem
me dera se no teu viver eu fosse o teu infinito.
ღRaquel
Ordonesღ
Uberlândia MG – 05/04/16
Soneto infiel – sem métrica
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