terça-feira, 12 de abril de 2016

À nossa caça

À nossa caça

E essa constante busca; essa nossa insatisfação,
Esse correr atrás de algo, sempre apetecer mais,
Somos a cada momento um novo ser, a mutação,
Somos teto, somos piso, portas e somos quintais.

Esse nosso navegar em barquinhos balouçantes,
Essa ameaça que corremos a cada vir de mareta,
Emerge das nossas profundezas forças berrantes,
Alguns a chamam: fé;  sai de fino da menor greta.

Nosso coração nos diz: logo ali há um porto seguro,
No real do hoje há braçadas utópicas para o depois,
Às vezes somos ninguém, outras vezes somos dois.

Se não cedemos aos percalços, vai abaixo o muro,
Enquanto houver o respirar, haverá ventos risonhos,
Entram e saem, buscam e levam perfumes e sonhos.

Raquel Ordones
Uberlândia MG – 12/04/16

Soneto infiel – sem métrica

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