quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Visceral

Visceral

É que existe uma fome que rumina,
Bulina a alma que se faz inquieta,
Dieta quebra, a vontade culmina,
Vitamina-se ao corpo que a tieta.

É que permanece a fome que engole,
Dá mole o querer que a carne rasga,
Engasga a pele no toque que a bole,
Cole boca na boca e desengasga.

É que existe uma fome do teu alpiste,
Despiste gaiola, a tez arranha,
Apanha do cio que se arreganha.

É que existe uma fome que persiste,
Feito riste que suporta a cobiça,
Atiça a lasciva que a entranha eriça.

Raquel Ordones

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