sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Falo sério

Falo sério

Eu que dito as minhas notas, escrevo meu poemas,
Rabisco algumas melodias e registro até missiva,
Em contrapeso, a vida me escreve os meus dilemas,
Tornando-se tão intensa, e em absoluto, expressiva.

Aí está a graça da vida, na alma em encantamento,
Essa coisa contra minha vontade, é que me fascina,
Não saber definir com precisão o itinerário do vento,
Ou porque se matar sonhos, a gente se ‘auto chacina’.

Pense se a gente pudesse talhar caminho para o sonho,
Atropelando toda a ação que faz do sonho, um sonhar,
É como se no ato do pingo, a flor repelisse o orvalhar.

E se a gente tivesse certeza de tudo? Chato, suponho!
Essa dúvida que a vida me dá é justamente a poesia.
O charme do mutável causa-me essa irrestrita euforia.


Raquel Ordones
Uberlândia MG – 06/01/2016
Soneto infiel – sem métrica

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