(imagem do Google)
Nem tão distante assim...
Ali no passado, não tão distante havia uma rede no alpendre
onde a gente se encantava com o espetáculo no céu, onde era nos contado a
estória daquelas três estrelinhas juntas chamadas: três Marias e o deslumbre
com a lua.
Às vezes nas noites enluaradas o passeio a cavalo ou na
charrete em visita aos vizinhos, grilos e corujas e aquele assovio do pai.
Nas manhas aquele cheiro de estrume de vacas recém chegadas
para a ordenha.
E naquelas tardes quase lilases o barulho do monjolo quebrava
o silencio.
Acordava-se muito cedo em dia de matar aquele porco da
engorda; era a hora de abastecer a dispensa. Talvez o galo se perdesse nesse
dia.
Com folhas secas de bananeira sapecava-o e aquele rabo
torradinho era disputado.
Fazia-se linguiça, como era interessante aquele processo,
até mesmo o bucho tratado era recheado e o sabor era indescritível. Talvez um
sabor de mãe.
No ar aquele cheiro de tempero forte e a fumaça da
lamparina.
Antes mesmo do almoço, era levado um pouco de agrado aos vizinhos
em pequenas vasilhas cobertas com folhas verdes também de bananeira.
Essa quebra de rotina simplesmente virava festa, “éramos
felizes e não sabíamos.”
Nem tão distante assim... Quantas selfies guardadas na
memória de mim.
ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 27/07/15
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