segunda-feira, 20 de abril de 2015

Falando da morte

Falando da morte

E de repente a gente fala em morte, e todos já pensam que no mínimo a gente está tentando se matar ou está com depressão; aguda, claro.
Não necessariamente; é que a gente verdadeiramente está a par de que irá chegar a nossa vez, sem escapatória.
E assim passam os dias, alguns nem se lembram dela e vivem estupidamente a desafia - lá, outros a ignoram, talvez por achar que não serão nocauteados pela mesma, e outros ainda lhes dão as mãos, na realidade já se sentem mortos vivos.
O tempo passa, às vezes até parece lento, mas as horas seguem impiedosas.
Quando a gente se dá conta, já acabou o dia, a semana, já é outro mês.
O tempo não para e nem espera as dores cessarem. Em alguns momentos, ele não é gentil o bastante para aguardar a tristeza transformar-se em saudade, tampouco padecente.
O tempo é como as pessoas, sempre correndo. Com ele, na mesma batida, seguem, em novos e velhos costumes, mudanças. E se adapte quem quiser; quem puder ou quem for forte.
E a senhora do destino está a esperar a gente, a qualquer minuto desses, estranho isso!
Talvez ela nem espere o próximo minuto ou amanhã chegar, muito menos a realização de sonhos em longo prazo. Ela sempre alerta que tudo passa rapidamente. Só que a gente nem dá bola para os sinais.
E de repente a gente se põe a pensar:
_O que realmente fiz nesse tempo todo?
_E as palavras boas que guardo para dizer em uma próxima oportunidade? Porque não criá-la agora.
_E os abraços?
_ E as desculpas? Talvez não seja tudo, mas alivia!
_ E as pessoas de quem gosto, sabem disso? Qual o sentido de sentir e não dizer?
São tantos os questionamentos. Mas o que assusta mesmo é “cair em si” de que a gente não sé imortal e a gente pensa que só acontece com os outros,
E a gente erra sempre, vai chegar a vez da gente sim. Inevitável; não há outra passagem a não ser pela morte, pelo desaparecimento da matéria da qual a gente é feito.
Talvez até reste uma lembrança, alguém sinta saudade não mais que isso.
É perturbador, mas é fato.
Não tem muito a fazer só o desejo simples de que a gente viva bem cada instante.

Raquel Ordones
Uberlândia MG 

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