segunda-feira, 21 de março de 2016

Guardados de mim

Guardados de mim

Remexendo em mim deparei-me em guardados,
Mas qualquer coisa neles revirava-me por inteira,
Certa melancolia, mas foquei noutros tão irados,
Tudo me pareceu recente, vivo; nenhuma poeira.

Havia olhares do instante e beijos tão presentes,
Toques tão sentidos que ainda causou-me arrepio,
Continha perfume bom, os abraços ainda quentes,
Tudo muito coevo e toda a ocorrência sem desvio.

E aqueles lugares simples ali se fizeram tão lindos,
As imagens remetidas pelos guardados, tão nossa,
Tanto sentimento sincero escorria-se e fazia poça.

Guardado de mim, guardado nosso, tão infindos,
E reencontrei os nossos instantes de forma cabal,
Surpreendi-me; respiro-te; em mim tu és visceral.

Raquel Ordones
 Uberlândia MG – 05/03/16
 Soneto infiel – sem métrica

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