quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Musa baixinha


 

Musa baixinha

I

De tamanho bem cotó.

Ela é mesmo a tampinha.

Vixiiiiiii, pequenininha!

Perna curta que dá dó.

Diz a mãe: um mocotó.

Com cheirinho de jasmim.

Longe de ser manequim.

Um tantinho arretada.

Medo de quase nada.

Não passa de ‘naniquim’.

II

Vive toda enfeitada,

Feito árvore de Natal,

Não é muito normal,

Toquinho; esforçada;

Sempre muito dedicada.

Com cheirinho de jasmim.

Longe de ser manequim.

Dorme feito pedrinha.

Assim toda rolicinha.

Não passa de ‘naniquim’.

III

Cabelo descabelado;

A sua alma é poeta;

É um tantinho discreta;

Adora céu estrelado;

Adora mais seu amado;

Com cheirinho de jasmim.

Longe de ser manequim.

É ‘musinha’ que inspira.

E o universo conspira

Não passa de ‘naniquim’.

IV

Seu sambar é bonitinho,

Na passarela da vida,

Lá vem ela bem florida.

Na cintura um joguinho.

E na cara o seu oclinho.

Com cheirinho de jasmim.

Longe de ser manequim.

Ela abala até Bangu.

Onde passa há sururu.

Não passa de ‘naniquim’.

V

Mas ela ama gigante;

E se doa por inteiro;

Adora ser jardineira.

Coração de elefante.

Tem jeitinho cativante.

Com cheirinho de jasmim.

Longe de ser manequim.

Ela gosta da presteza.

A inteligência é riqueza.

Mas é mesmo ‘naniquim’.

VI

Ela curte a mudança.

O salto é sua extensão.

Às altas, o meu perdão.

E tem muito de criança,

Não perde a esperança.

Com cheirinho de jasmim.

Longe de ser manequim.

Mora na casa imaginação.

Com tamanho e dimensão.

Mas é mesmo ‘naniquim’.

 

Raquel Ordones

Uberlândia MG

 

 

 

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