sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Vento na versão feminina


Vento na versão feminina

Quisera eu ser alada feito vento.
Pensamento de flores, primavera.
Hera, som, coreógrafa, momento.
Rebento esvoaçante, doce fera.

Quisera eu ser alada, sem assento.
Evento lá e aqui, toque exagera.
Sincera no carinho, cheiro atento.
Aposento real, também quimera.

Quisera ser sem lenço e documento.   
Acento que jamais se degenera.
Paquera a vida; é seu batimento.

Vento! Quisera ser essa atmosfera.
Era uma louca, leve, movimento.
Venera asa, com uma alma tandera.

Raquel Ordones  #ordonismo



(nem a brisa, nem ventania
o vento na versão feminina)

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