sábado, 29 de dezembro de 2018

Entre carros, escarros e cigarros...


Entre carros, escarros e cigarros...

No meio do dia, um cansaço aconchegante de missão cumprida no trabalho.
Pela rua de abaixo seguiu, mas nem chegava a ser um atalho, poucas pessoas por ali, num sábado de antevéspera de fim de ano. Uma árvore dançando ao som do vento, um mendigo deitado num canto, nem viu lamento.
Um senhorzinho com bengalas, andar quase parado, cospe no chão.
Um portão eletrônico se abriu, um carro saiu com uma jovem senhora no volante, do lado, no banco do passageiro seu cãozinho de estimação aguardando o vento na cara. Carinha de feliz...
Casas, casas, lojas, lojas, mais casas, prédios, carros...
Mais alguns passos chegou ao ponto do ônibus, não muito vazio.
De repente um ônibus articulado, vulgo minhocão encostou; não era o que fazia a linha da sua casa.
Formou-se uma fila na porta, gente de todos os tipos, tantas conversas... Abriu-se a porta, meio que engoliu todos, fechou-se e partiu.
O ponto ficou deserto, foi-se aquele aglomerado de gente maluca...
Assentou-se ali num banco, tudo calmo... Alguém deixou pra trás a bituca.

Raquel Ordones

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