Caixa de papelão
Despejada, jogada ali no chão,
Sem descrição, letreiro. O que continha?
Farinha, doce, manga, macarrão?
Sabão? Quem sabe peixe na latinha?
Não tinha cheiro, nada era manchada.
Jogada no chão, tal qual um entulho.
Sem embrulho nenhum, fita: quadrada,
Só largada, quieta, sem barulho.
Mergulho-me a pensar: de que seria?
Bacia, livros, ovos ou mamão?
Pão? Talvez mortadela de fatia?
Poesia? De quem a inspiração?
Emoção do nada, ninguém copia.
Faz ventania... Vai-se o papelão.
Raquel Ordones #ordonismo
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