Volúpia
Letrinhas que se esfregam em letrinhas,
Excitam as palavras, retesando o verso,
Eleva-se a saia, fica a mostra entrelinhas,
E se jogam na orgia em lascivo universo.
Amor, volúpia e saudade na mesma cena,
Em devassidão se enroscam com o beijo,
O corpo do poema se toca; obra obscena,
Então cresce, cresce, cresce esse desejo.
Masturba-se o pensamento com pujança,
Os sentimentos legítimos são ejaculados,
E um êxtase se faz no papel arremessado.
Arrebatamento pueril, néctar e esperança,
Cópula de vísceras numa entrega e magia,
Suores e perfumes se permutam na poesia.
ღRaquel
Ordonesღ
Uberlândia MG 20/09/15
*Soneto infiel - em métrica
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