sábado, 21 de dezembro de 2024

A noite nunca vem sozinha

 Outro dia que se vai; em seu tempo e sua hora.

Embora cada um tem a sua rotação.

Estação privada; às vezes ri, ora chora.

Apavora e abranda; coisas do coração.

 

Oração: calmaria dia e noite afora.

Demora o sono; sem nenhuma previsão.

A escuridão reina em absoluto lá fora.

Agora, não deixe que invada a solidão!

 

Confusão na cabeça; a saudade devora.

E mora do lado de dentro uma tensão.

É invasão de um horripilo bom que implora.

 

Cora toda a alma, a noite aviva a inspiração.

Então; ela nunca vem sozinha, é senhora.

Ora, traz junto: estrela, lua, céu e tesão.

 

Raquel Ordones #ordonismo #raqueleie

Quando em silêncio, toca

 



Mágico, e não é fácil assim descrever.

Ter a alma tocada é tão encantador.

É amor em troca de nada, sem prever.

Viver em estado de graça, aonde for.

 

A cor tem mais cores; o cheiro, o cerne invade.

Diversidade de asas, e os olhos silentes.

Afluentes desaguam; vida, liberdade.

Vontade de todos os voos transcendentes.

 

Imponentes os efeitos; de pura essência.

Permanência divina de perfeito arranjo.

Constranjo, mas gosto; e não é uma sofrência.

 

Existência de momentos em mim; e esbanjo.

Arcanjo talvez que tenha tal influência;

Sapiência: quem toca assim tem muito de anjo.

 

Raquel Ordones #ordonismo #raqueleie

Ela é f*dástica...

Já falei da saudade; recorrente.

É quente na alma, com tanta ousadia.

Dia e noite; em sonho ela é presente.

Vertente: alguém que se fez poesia.

 

Periferia e centro: coração.

Sensação boa que aporta na mente.

vigente, quase cheira; cor e ação.

Em abstração abraça, literalmente.

 

Inconveniente, ora inspiração.

Declaração do ser; tão irreverente.

Sente e pronto...derrama em emoção.

 

Então: ela é f*da e entorpecente.

Prepotente; não vai com empurrão.

invasão; ninguém tem culpa; e latente.

 

Raquel Ordones #ordonismo #raqueleie

Seu beijo me desmonta

 

No seu silêncio, seu beijo me faz barulho.

Mergulho com olhos fechados; e renasço.

Me caço; perdida me acho, no abraço embrulho.

Debulho-me toda; é seu todo o meu espaço.

 

Traço sua boca, risco no ar com o dedo.

e cedo; seus lábios movem; em mim derrama.

Inflama, escorrendo para fora, sem medo.

Excedo. No rosto e queixo; o colo então clama.

 

Chama pelo meu nome no meu pensamento;

movimento quase sinto; doce lembrança.

Balança minha alma; me bagunça o seu vento.

 

Nem tento fugir; só sei amar, e amo essa dança.

Mudança em mim; o seu beijo é um evento.

Invento perfeito em gosto, e tão sem cobrança.

 

Raquel Ordones #ordonismo #raqueleie


Por todos os ares, você

 Da janela de mim há dias feiticeiros.

Canteiros cheios de sentimentos incríveis.

Indizíveis; estupidamente em bons cheiros.

Sorrateiros os ventos; quase imperceptíveis.

 

Imorríveis meus sentires; tanta verdade.

saudade que me descabela e me povoa

tão boa; então eu não sei ser pela metade.

Invade minha alma, que para a sua voa.

 

Escoa o meu querer mais íntimo e vontade.

Insanidade perfeita que faz ferver;

Chover eu chovo; numa quase santidade.

 

Prioridade minha; nem dá pra escrever.

Porquê? Sua asa é a minha liberdade.

Sinceridade? Não existe mais: sem você.

 

Raquel Ordones #ordonismo #raqueleie

 

A noite nunca vem sozinha

 

Outro dia que se vai; em seu tempo e sua hora.

Embora cada um tem a sua rotação.

Estação privada; às vezes ri, ora chora.

Apavora e abranda; coisas do coração.

 

Oração: calmaria dia e noite afora.

Demora o sono; sem nenhuma previsão.

A escuridão reina em absoluto lá fora.

Agora, não deixe que invada a solidão!

 

Confusão na cabeça; a saudade devora.

E mora do lado de dentro uma tensão.

É invasão de um horripilo bom que implora.

 

Cora toda a alma, a noite aviva a inspiração.

Então; ela nunca vem sozinha, é senhora.

Ora, traz junto: estrela, lua, céu e tesão.

 

Raquel Ordones #ordonismo #raqueleie

sábado, 7 de dezembro de 2024

Corpos que se dão

O lençol agora todo amassado,

marcado por abalos caracol.

O sol pela fissura encabulado:

calado no canto do rouxinol.

 

Arrebol, e a noite não desligou;

sonhou de olhos abertos, movimento.

O vento, o cheiro de amor espalhou,

voou, lavrando a leveza do evento.

 

Invento exato; onde um mais um, dois são.

Coração casal; entre quatro braços;

descompassos; pés, bocas, pernas, mão.

 

Pulmão e ar rimam, veias em compasso.

Espaço privado sem qualquer vão.

Tesão escorrido; sacro e devasso.

 

Raquel Ordones #ordonismo #raqueleie

 

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Poes(IA)

Vi a poesia lagrimando num cantinho,

e devagarinho me sentei ao seu lado.

Grilado meu ser continuou ali quietinho.

Desalinho na letra de verso truncado.

 

Abalado som; e pela alma um friozinho,

o ninho desfeito, com aspecto gelado.

Sequelado meu coração lhe deu carinho,

e rapidinho aqueceu seu olhar embaçado.

 

-Obrigado pelo afago, disse um versinho.

Coitadinho dos outros versos; nenhum brado!

Ajeitado em mim; contou-me todo o seu espinho:

 

Todinho em IA; sem emoção poemado;

fui copiado de um mundo tão sem vizinho.

Vinho, amor, flores, tesão; tudo chacinado.

 

Raquel Ordones #ordonismo #raqueleie

 

Talvez o legítimo poeta entre para a lista de extinção; IA não tem coração.

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Estranheza

Estranheza

 

Sofrência; emoções boas no respirador,

amor e tantos mais: numa quase falência.

Demência do ser; que mata todo esse ardor.

Mercador da inverdade; vive inadimplência.

 

Divergência do sentir: amo, mas não digo.

Comigo é: sinto saudade, mas não falo.

Calo; porque de emoção eu não sou mendigo.

Fadigo! Bobagens! Disso não sou vassalo.

 

Escalo esse caminho sim; e viro as costas.

Propostas para que eu me doa? Não me imponha.

Medonha essa ação; que nem merece respostas.

 

Supostas relações?  Doido quanto maconha!

E proponha-me algo melhor noutras encostas;

Apostas? Mostrar interesse é vergonha.

 

Raquel Ordones #ordonismo #raqueleie

 

é que as pessoas cada vez mais querem doar menos de si,

a não ser por conveniência.

mas isso não é sobre doação.