sábado, 4 de janeiro de 2025

Cale a boca...

O silêncio, em hora nenhuma cala a boca.

Louca me deixa com dedos entre cabelos.

Apelos, conselhos; é de arrancar a touca.

Pouca quietude, de arrepiar os pelos.

 

Em apelo o silêncio me profere horrores;

Rumores absurdos; que descabela a paz,

capaz de tanto barulho; sobre os amores,

dores, poesia; é vasto o seu cartaz.

 

Rapaz! O silêncio causa toda algazarra.

Barra, viu! Mas ele é bem verdadeiro;

certeiro, na mosca! Ele esgarça a minha amarra.

 

Escarra umas flores mortas do meu canteiro;

letreiro em neon, toda minha mente agarra.

e narra colorido o meu ser por inteiro.

 

Raquel Ordones #ordonismo #raqueleie

 

 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Outro tempo; o interno.

 Abro o meu coração; não me envergonho.

Exponho tudo de dentro; me vejo.

Desejo coisa falsa ou algo medonho?

Imponho-me: apenas deixo o que almejo.

 

Marejo; mas desocupo o meu espaço.

Passo firme; desapego, caminho.

Carinho no chão não cato; desenlaço

Pedaço de alguém quero? Nem unzinho!

 

Baixinho, ouço música; o tom eu faço.

Abraço é rico; não sou mesquinho.

Espinho há tantos; não rego fracasso.

 

Compasso: e recito uma poesia,

Ousadia; pra longe esse cansaço!

refaço; a alma perfuma em ventania.

 

Raquel Ordones #ordonismo #raqueleie

 

Maria da Penha pra poesia

 Hoje li uma poesia, achei meio triste.

Existem pessoas querendo maltratar.

Calar eu não pude; nunca!  Mas quem insiste?

Coexiste com o coração, com amar.

 

E chorar foi a primeira coisa que me veio.

No meio, uns xingamentos e muito mais.

Capaz mesmo de ferir grave; mas que feio!

Creio que em cartas talvez seriam normais.

 

Aromais tem mais a ver com esse universo.

Verso infeliz cabe; xingos é o cacete!

Lembrete: poema não rima com perverso.

 

Converso com a poesia; meu macete.

Bilhete com carinho, estendo o meu reverso.

Inverso à desfeita, dou a ela um ramalhete.

 

Raquel Ordones #ordonismo #raqueleie

 

Renasça a cada respiro

 Em cada respirar há tanta vida;

envolvida de sustos em fragmentos.

Momentos mínimos é dividida;

é atrevida; afrontando seus ventos.

 

Lamentos e loucura; partes dela.

Janela de obstáculo; e o imaginar.

Sonhar é engrenagem, sem tramela.

Vela acesa, em instante a se apagar.

 

Tramar o melhor; e vale ousadia.

Dia após dia em fração hora e segundo.

Mundo real e sutil poesia.

 

Sorria, se refaça do profundo;

fundo é pouco, afunde na estadia.

Recria-se, se de vida fecundo.

 

Raquel Ordones #ordonismo #raqueleie