terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

'Poe(ma)sculino

‘Poemasculino’

Horizonte, esconderijo do sol, expediente se encerra,
Encosta-se à cadeira e coloca a tampa naquela caneta,
Alonga as pernas e por alguns minutos os olhos, cerra,
Afrouxa a gravata marinho e fecha com o pé a gaveta.

A última xícara de café e a porta, ele fecha atrás de si,
Atravessa a rua, entra em um modesto bar em frente,
Uma cerveja, um cigarro, olhar perdido e fica por ali,
O amigo chega ,o acompanha, pede outra de repente.

E pede mais bebida, a hora passa e já são quase dez,
Segunda feira, primeiro dia, jantar em casa o espera,
Chega depois das onze, bafo de onça, encontra a fera.

Fez disso uma rotina, vida sem graça, olhado de viés,
O filho mal vê, da sua companheira perdeu o carinho,
_E além do boteco, o que mais teria em seu caminho?

Raquel Ordones
Uberlândia MG – 15/02/2016

Soneto infiel – sem métrica

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