quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Eu vi uma cobra

Eu vi uma cobra

Ela era bonita e tinha brilho,
Ligeira, mas tão peçonhenta,
Tirava todo mundo do trilho,
E tinha expressão agourenta.

Seus olhos eram tão intensos,
Mas tão sínica era a sua boca,
A língua fazia cortes imensos,
Sua mente era pequena e oca.

Destilar veneno, dom favorito,
Sentia-se rainha, forma dóxica,
Feria com sua presença tóxica,

Varria com o rabo meu escrito,
Numa vigia sem licença sequer,
Bani-a com silêncio; era mulher.

Raquel Ordones
Uberlândia MG 09/10/2015
*Soneto infiel - sem métrica

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