domingo, 13 de setembro de 2015

Nem com travesseiro na cara

Nem com travesseiro na cara

Se ela era feia? _ Não, ela era horrível, coitada!
Porque tão assustadora assim, que mal ela fez?
Causava espanto, a sua voz era tão desafinada,
Todos a olhava, não criam, olhavam outra vez.

A beata resolveu por vontade ser uma quenga,
A igreja no mesmo instante lhe apontou o dedo,
E a família em pé de guerra o dia todo arenga,
Para encarar a fera não era permitido ter medo.

Sorriso mineral parecia de uma pedra, extraído.
E o seu andar também não lhe ajudava em nada,
Bunda não tinha só o lugar, mas não foi colocada.

Olhos enviesados, verrugas e um sovaco fedido.
Peitos estrábicos; cada um olhava para um lado.
Nem com travesseiro na cara o ato é consumado.

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 05/09/15

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