quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Baderna de gotas

Baderna de gotas

Chovia, o vento sacudia o varal, na mão o rodo. 
No prendedor o soutien e a calcinha de algodão
E na parede do lado externo dimanava um lodo
Denso céu, gotas bagunçadas se jogam ao chão.

A aragem fria gargalha ao encrespar meus pelos
Os meus pés descalços estão isentos de proteção
Os cachos se desencaixam, umedecidos cabelos.
O relâmpago tenta inutilizar em neon um trovão.

A chuva é efêmera, de tempo em tempo ela vem.
Banha, irriga, encharca o chão, na pétala o brilho.
Escorregadia a rua, o trem não é seguro no trilho.

A garoa, tempestade, chuvisco: é chuva também.
É sem hora marcada, é dia, noite e até no arrebol.
Então: a flor da minha pele é maior que o girassol.

ღRaquel Ordonesღ
Uberlândia MG 24/02/15

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